Eu estava com uns amigos, tivemos a ideia de visitar a casa dos
assassinatos, fica no fim da rua. A historia parece meio corrida, mas só estou
querendo chegar até os finalmentes logo. Exploramos a casa toda e foi ai que eu
achei uma carta dentro de um armário. Estava escrito assim:
“Eu estou até agora dentro no meu armário. Tenho muito medo de
sair daqui. Ele ainda pode estar lá fora. Ele apareceu do nada aqui em casa. Eu
acordei ao ouvir gritos, parecia à voz de meu pai. Ele devia estar lá embaixo,
bêbado, como sempre estava aos domingos. Eu fiquei apavorado. Algo começou a
subir as escadas, eu podia ouvir seus sussurros, ‘fome… fome… fome…’, era uma
voz animalesca, gutural, gelava minha alma, machucava meus ouvidos a ponto de
minha cabeça parecer que ia explodir. Ouvi o som da porta do quarto de minha
mãe abrindo. E então ouvi ela gritando. Foi horrível. Aquilo atacou ela, e eu
podia ouvir aqueles sons horríveis. Parecia alguém mastigando, ouvi sons de
ossos partindo. A criatura então andou de novo e sempre dizia a mesma coisa,
‘fome… fome… fome…’. Eu corri para o armário e me escondi. Meus pais estavam
mortos e a única coisa que fiz foi correr e me esconder. A criatura entrou no
meu quarto e eu tapei a minha boca, eu estava em pânico, queria chorar, queria
gritar até tudo sumir. Eu então consegui ver sua aparência. Nunca vou esquecer
aquela cena horrível. Ele era gordo e desfigurado, sua pele soltava da carne
podre. Tinha ossos expostos. Tinha olhos negros, bem pequeno, sua boca tomava
quase o rosto todo. Seu dentes eram enormes. Ele fedia a morte e carne podre.
Em suas mãos tinha uma perna semi-comida. O monstro colocou na boca e começou a
mastigar, eu quase vomito. Eu vi uma tatuagem na perna, era minha mãe. Eu não
aguentei e vomitei, continuei com a mão na boca, pra ele não ouvir, ninguém
sabe como é vomitar com a mão tapando a boca, é horrível. Ele começou a defecar
no chão do meu quarto, uma gosma negra. Tinha um cheiro podre de sangue e carne
decomposta. Tinha vermes se mexendo em suas fezes. Ele então olhou para o
armário. Fechei os olhos e comecei a orar e chorar. Quando tomei coragem de
olhar novamente, ele tinha sumido. Por favor, se acharem isso, fujam quando
ouvirem os sussurros do monstro, eu imploro. Eu tenho tanto medo de sair daqui.
Tenho medo dele vol”
A carta termina assim, ela tem umas manchas vermelhas e esta meio
grudenta. Que som foi esse? Deve ser um dos meus amigos tentando me assustar,
idiotas. Só ouço ‘fome… fome… fome…’. Vou espancar eles. Já volto. Isso foi um
grito? Merda, já volto.
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